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Esse blog tem por finalidade divulgar e valorizar as mais variadas e ricas formas de expressões artísticas, como artes visuais, cinema, dança, música, literatura, e sobretudo, teatro.

domingo, 16 de setembro de 2012

Teatro Crítica: "Raimunda, Raimunda"


      
Teatro Crítica - Ícone da teledramaturgia brasileira protagoniza e dirige peça teatral, com começo sem sentido, meio desconexo e fim piegas.

                                       Só carisma da eterna Namoradinha do Brasil não basta

"Raimunda, Raimunda" é uma excessiva sucessão de erros. O primeiro deles é a junção de dois textos (Raimunda e Ruda" e "Raimunda Pinto") do autor puauiense Francisco Pereira da Silva  formando uma só peça, analisada em questão "Raimunda, Raimunda". O primeiro dos erros é que a peça é marcada por uma narrativa repetitiva, onde se busca o riso fácil ou quase fácil. A obra tem notório conteúdo popular nordestino, o que aproxima Francisco Pereira da Silva de Ariano Suassuna. Mas paremos por aqui. Não ousemos comparar o autor nascido no Piauí ao autor nascido na Paraíba e marcado por clássicos, como "O auto da compadecida" e "O santo e a porca". O segundo é a transposição para o palco. "Raimunda, Raimunda" não funciona como teatro; talvez devesse estar apenas nas páginas dos livros. E o terceiro é constatar que o entusiasmo de Regina Duarte e o esforço do restante do elenco não são, infelizmente, suficientes, para elaboração, sequer razoável, de uma peça teatral.

A direção de Regina Duarte é absolutamente fracassada. Não há imposições de uma diretora. Há, sim, uma diretora que mais parece um cego em meio a um tiroteio, isto é, perdido e desorientado. Isto, obviamente, não poderia render bons desempenhos. E a peça de elenco formado por jovens atores, como André Cursino, Gustavo Rodrigues, Henrique Pinho, Milton Filho, Ricardo Soares, Rodrigo Candelot, Saulo Segreto e Rodrigo Becker, que já demonstram talento em outras produções; além de Regina Duarte, é um navio pronto a naufragar sem sobreviventes.

                                 A Eterna Namoradinha do Brasil


Os figurinos (Regina Carvalho), com supervisão de Beth Filipeck e Renato Machado são ridículos e indignos da trajetória dos profissionais. A iluminação (Djalma Amaral e Wilson Reiz) nada expressa e a música (Charles Kahr) é óbvia.

"Raimunda, Raimunda" é garantia de teatro lotado. Afinal, quem não quer ver de perto a etena namoradinha do Brasil de perto? E só o seu carisma poderia evitar esse naufrágio, que é "Raimunda, Raimunda". Poderia. Pois, uma boa montagem teatral carece de tudo que na peça protagonizada e dirigida por Regina Duarte é ausência.

                                                                                                    (Reinaldo Lace, em 27/07/2012)).

Local Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil
Dias e horários: quarta a sexta, às 19. E sábados, às 19 e 21h.
Ingresso: R$ 6, 00 (inteira e R$ 3, 00 (meia)
Até: 19/08/2012

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