Sobre o Blog

Esse blog tem por finalidade divulgar e valorizar as mais variadas e ricas formas de expressões artísticas, como artes visuais, cinema, dança, música, literatura, e sobretudo, teatro.

sábado, 30 de abril de 2011

Teatro Crítica: O santo e a porca



Montagem eficiente de João Fonseca para peça de Ariano Suassuna evidencia e exalta o melhor do autor, seu humor brilhante.




Um Ariano Suassuna como deve ser

Primeiro veio Plauto e sua “A comédia das panelas” (escrita entre 190 a 195 a .C.). Depois veio Molière, com o Arpagão de “O avarento”, uma de suas mais bem sucedidas comédias, criticar a perda da perspectiva do homem diante do afeto e da vida por apego ao dinheiro. E Ariano Suassuna tomou para si a “Aulularia” de Plauto, modificou-a e transformou-a em “O santo e a porca”, com uma história de delicioso sabor nordestino marcada por grande comicidade, enorme habilidade cênica e imensa capacidade de comunicação com a plateia; todas características notórias do autor, maior defensor da cultura popular brasileira, e suas obras. Assim como Arpagão, o Euricão de “O santo e a porca” dá mais atenção e importância ao dinheiro do que à família e aos amigos, empobrecendo toda sua existência e adoecendo seu próprio raciocínio.

Montagem que dá gosto e prazer de ver

A montagem, que o Rio de Janeiro viu pela primeira vez em 2008, no Teatro Sesi, é uma homenagem aos 80 anos de Ariano Suassuna (com um ano de atraso) e ao cinquentenário da primeira montagem, que inaugurou, em 1958, em São Paulo, o Teatro Cacilda Becker; e reuniu num mesmo palco Cacilda, Walmor Chagas, Cleyde Yáconis e Ziembinski, que além de interpretar a personagem principal Euricão, dirigiu a montagem clássica, que teve cenários e figurinos de Gianni Ratto.

A atual montagem de Limite 151 Companhia Artística, agora em cartaz no Teatro Glauce Rocha, é acertadíssima e caprichadíssima. A cenografia ( Nello Marrese) usa da criatividade para fazer surgir no palco uma casa tipicamente nordestina, sem qualquer luxo aparente em virtude da avareza do dono. O figurino (Ney Madeira, sempre competente) é um verdadeiro achado. Ele veste as personagens devidamente. E isso já seria o bastante; mas ele o faz de forma precisa e preciosa. A iluminação (Rogério Witgen) é extremamente correta e funcional, e a trilha sonora (Wagner Campos) é totalmente harmoniosa com a ação e dá vontade de ouvi-la sem parar.

E tudo isso é orquestrado pelas mãos competentes de João Fonseca, que tem comprovada experiência no gênero comédia. Acompanho há algum tempo a carreira de João Fonseca e é prazeroso ver e constatar o amadurecimento e a evolução de um diretor que sabe como poucos dialogar de forma direta e circunstancial com o texto: “Tudo no timing”, “A ratoeira”, “Escravas do amor”, “Édipo Unplugged”, “Gota d`água”, “A falecida” e “Opereta carioca” são alguns exemplos do que falo.

O elenco, como um todo, tem bom rendimento. Dauia Assunção e Élcio Romar fazem devidas contribuições. Ele, um pouco mais contido como o coronel Eudoro Vicente; ela um pouco exagerada em algumas cenas como a solteirona Benona. Janaína Prado e Armando Babaioff têm, ambos, boas atuações. Ela como Margarida, a filha romântica e sacrificada de Euricão; ele como o apaixonado Dodô. Nilvan Santos faz um Pinhão, agregado de Euricão, cheio de vivacidade. Ewerton de Castro, que com este espetáculo comemorou quarenta anos de carreira, atesta porque é ótimo ator. Ele compreende bem as exterioridades e interioridades da personagem principal. E por isso cria no começo um Euricão patético, grotesco, ridículo e risível; mas real. Para no final mostrar comoventemente um Euricão diante da mais dolorosa condição humana: a solidão. Mas é forçoso reconhecer que é Gláucia Rodrigues quem domina a cena, como Caroba, a espertíssima empregada doméstica de Euricão. Ela conduz a ação com talento e humor enxutos, atraindo para si maior atenção da plateia.

Esta montagem alegre, colorida e contagiante de “O santo e a porca” nos faz ver como é melhor estar diante de uma comédia que nos faz rir por seu humor brilhante e inteligente do que por palavrões e piadas grosseiras.

P.S1.: Nesta atual temporada Élcio Romar entrou no lugar de Ewerton de Castro e foi substituído por Naldo Alves. E Marco Pigossi entrou no lugar de Armando Babaioff. Enquanto, Renata Sabino entrou no lugar de Dauia Assunção.

P.S2.: A foto de divulgação da montagem é da temporada atual.

Local: Teatro Glauce Rocha (Avenida Rio Branco, 179, Centro. Tel.: 2220-0259)

Dias: Sex. a dom., às 19h.

Ingresso: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)

Até: 05/06/2011


Informes

Fernanda Abreu, "garota carioca swing sangue bom", faz show na semifinal do Favela Festival. A etapa reúne os primeiros e os segundos colocados de cada eliminatória mais os cinco classificados na repescagem.

Local: Quadra do G. R. E. S. Acadêmicos da Rocinha (Rua Bertha Lutz, 80, Rocinha.
Tel.: 3205-3303)
Data: 30/04/2011
Hora: 19h.
Entrada franca
Censura livre

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O músico Fernanado Moura lança seu quinto CD autoral "Tudo piano" e promete misturar músicas nacionais e músicas internacionais no repertório.

Local: Santo Scenarium (Rua do Lavradio, 36, Lapa. Tel.: 3147-9007)
Data: 30/04/2011
Hora: 21h30mim.
Entrada Franca
Censura livre


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Beth Carvalho, a madrinha do samba, recebe Monarco, Nelson Sargento e Dudu Nobre no evento "Show do trabalhador", em comemoração ao Dia do Trabalhador. No repertório, as irresistíveis "Coisinha do pai", de Jorge Aragão e Almir Guineto, e "Vou festejar", de Jorge Aragão, Dida e Noaci.

Local: Quinta da Boa Vista
Data: 01/05/2011
Hora: 18h.
Entada franca


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Rio Maracatu e Mariana Bernardes apresentam-se durante o desfile do Concurso Nacional de Marchinhas.

Local:
Palco (Rua dos Arcos, em frente à Fundição Progresso. Tel.: 2220-5070
Data: 30/04/2001
Hora: 17h.
Entrada franca



sexta-feira, 29 de abril de 2011

27 de março: DIA DO TEATRO


27 de março, foi DIA DO TEATRO. Portanto, PurArte presta sua singela homenagem aos autores, diretores, atores, cenógrafos, figurinistas, iluminadores, ensaístas, teóricos, e por que não, críticos, de diferentes estilos e gerações, que contribuíram e contribuem para que o Teatro exista, insista e persista no Brasil.


As irmãs Cacilda Becker e Cleyde Yáconis, Procópio Ferreira, Jaime Costa, João Caetano, Sérgio Cardoso, Dulcina de Moraes, Eva Todor, Dercy Gonçalves, Maria Della Costa, Lilian Lemmertz, Nidia Lycia, Lélia Abramo, Yara Amaral, Ruth de Souza, Walmor Chagas, Tônia Carrero, Nathália Timberg, Fernanda Montenegro, Sérgio Britto, Ítalo Rossi, Paulo Autran, Rubens Corrêa, Ivan de Albuquerque, Artur Azevedo, Martins Penna, Nelson Rodrigues, Eva Wilma, Oduvaldo Vianna Filho, Maria Clara Machado, Décio de Almeida Prado, Sábato Magaldi, Barbara Heliodora, Yan Michalski, Maria Padilha, Beatriz Segall, Tereza Rachel, Léa Garcia, Abdias do Nascimento, Bibi Ferreira, Chico Buarque, Paulo Pontes, Marco Nanini, Ney Latorraca, os irmãos Flávio e Dirce Migliaccio, Nelson Xavier, Ana Beatriz Nogueira, Betty Gofman, Lilia Cabral, Drica Moraes, Emílio de Mello, Fernando Eiras, César Augusto, Kelzy Ecard, Guilherme Karan, Miguel Falabella, Pedro Paulo Rangel, Nicete Bruno, Fernanda Torres, Fernando Torres, Gianfrancesco Guarnieri, Juca de Oliveira, Diogo Vilela, Louise Cardoso, Julia Lemmertz, Deborah Evelyn, Paulo Betti, Cristina Pereira, Gerald Thomas, Daniela Thomas, Sérgio Mamberti, Celso Nunes, Flávio Marinho, Charles Möller, Claudio Botelho, Susana Ribeiro, Bel Garcia, Enrique Diaz, Mariana Lima, Isabel Cavalcanti, Suely Franco, João Fonseca, Felipe Hirsch, Bete Coelho, Rosi Campos, Marieta Severo, Andréa Beltrão, Regina Casé, Luis Fernando Guimarães, Patrícia Travassos, Hamilton Vaz Pereira, Jô Bilac, Bosco Brasil, Silvio Guindane, Maria Maya, Claudia Lira, Leonardo Franco, Bianca Byngton, Macksen Luiz, Armindo Blanco, Edla Van Stein, Milton Gonçalves, Bia Lessa, Fauzi Arap, Plínio Marcos, Renata Sorrah, Xuxa Lopes, Débora Bloch, Orã Figueiredo, Ary França, Analu Prestes, Newton Moreno, Ernesto Piccolo, Regiana Antonini, Maria Carmem Barbosa, Sandra Louzada, Ivone Hofman, Leopoldo Pacheco, Kalma Murtinho, Aurélio de Simoni, Maneco Quinderé, Paulo César Medeiros, Helio Eichbauer, Sérgio Dias, Marcelo Olinto, Gustavo Gasparani, Beth Goulart, Fábio Sabag, Rogério Fróes, Edney Giovenazi, Rodrigo Nogueira, Telmo Fernandes, Antunes Filho, José Celso Martinez Corrêa, Laura Cardoso, Gisele Fróes, Chico Diaz, Sílvia Buarque, Naum Alves de Souza, Rita Êlmor, Duze Nacaratti, Camila Amado, Suzana Faini, Plínio Marcos, Jorge Andrade, Antônio Bivar, Norma Bengel, Mirian Pires, Henriette Morineau, Guilia Gam, Cláudia Abreu, Otávio Müller, Marcelo Rubens Paiva, Guilherme Leme, Totia Meireles, Soraya Ravenle, Inez Viana, Rosamaria Murtinho, Denise Fraga, Amir Haddad, Lionel Fiscer, Daniel Schenker, Marília Pêra, Ségio Viotti, Tonico Pereira, Raul Cortez, Mauro Mendonça, Paulo Goulart. E, claro, ao grande público. Pois, sem plateia, não há espetáculo. VIVA O TEATRO!

70 anos do Rei


Em, 19/04/2011, Roberto Carlos, em meio a tamanhas dores causadas pelas perdas de sua mãe, Lady Laura há um ano, e de sua filha Ana Paula recentemente, completou 70 anos de idade. E uma homenagem àquele que é o mais famoso cantor da música popular brasileira em todos os tempos, com trechos das dez canções favoritas do blog compostas por ele (todas em parceria com o tremendão, Erasmo Carlos) e gravadas originalmente pelo rei.

1. "Sua estupidez": "Meu bem / Meu bem / Use a inteligência uma vez só / Quantos idiotas vivem só / Sem ter amor / E você vai ficar também sozinha / E eu sei porquê / Sua estupidez não lhe deixa ver que eu te amo."

2. "Costumes": "De repente ser livre / Até me assusta / Me aceitar sem você / Certas vezes me custa / Como posso esquecer dos costumes / Se nem mesmo esqueci de você!"

3. "Você não sabe": "Eu chegaria onde só chegam os pensamentos / E encontraria uma palavra que não existe / Pra te dizer nesse meu verso quase triste / Como é grande o meu amor."

4. "Você": Você, que eu não encontro mais / Os beijos que já não lhe dou / Fui tanto pra você / E hoje nada sou."

5. "Palavras": "Eu fiz daquele amor / o meu sonho maior / Minha razão de tudo / Foi pouco que restou / De tanto que existiu / Recordações e nada mais / O que restou, recordações / e nada mais."

6. "Eu preciso de você": "Como a abelha necessita de uma flor / eu preciso de você e desse amor."

7. "As flores do jardim da nossa casa": "Eu já não posso mais olhar nosso jardim / Lá não existem flores / Tudo morreu pra mim / Mas não faz mal / Depois que a chuva cair / Outro jardim um dia / Há de reflorir."

8. "Sentado à beira do caminho": "Preciso acabar logo com isso / Preciso lembrar que eu existo / Que eu existo, que eu existo..."

9. "Seu corpo": "E embora eu já conheça bem / os seus caminhos / Me envolvo e sou tragado / Pelos seus carinhos / E só me encontro se me perco no seu corpo."

10. "Jesus salvador": "Senhor, quem sou eu pra que entreis / Em minha morada? / Mas um fio de sua luz / Numa telha quebrada / Ilumina uma vida pra sempre, Jesus."