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Esse blog tem por finalidade divulgar e valorizar as mais variadas e ricas formas de expressões artísticas, como artes visuais, cinema, dança, música, literatura, e sobretudo, teatro.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Teatro Crítica: Emilinha e Marlene - As Rainhas do Rádio: Parte da rica e encantadora História da Música Popular Brasileira é contada em musical nostálgico e envolvente.
Emilinha e Marlene: elas vivem! A MPB resiste!
Não é de hoje que o teatro brasileiro por meio de musicais biográficos resgata a vida e carreira de ídolos do passado da Música Popular Brasileira. Depois do grande sucesso do brilhante e inesquecível "Somos irmãs", sobre as irmãs Dircinha e Linda Batista; Isaurinha Garcia, Aracy de Almeida, Clara Nunes, Elis Regina, Nara Leão, Cartola e outros, já tiveram suas trajetórias pessoal e profissional contadas no palco em espetáculos bem ou mal sucedidos. A fórmula é sempre a mesma: conta-se a vida do homenageado por meio de uma narrativa dramática repleta de suas canções que vão emoldurando suas várias fases.
Thereza Falcão e Júlio Fischer, os autores, têm experiência comprovada no gênero. E unidos a Antonio de Bonis, o diretor, que também tem experiência comprovada no ramo, são alguns dos responsáveis por mostrar no bonito e sofisticado teatro da Maison de France a trajetória de duas eternas rainhas do rádio.
Emília Savana da Silva Borba e Victoria Bonaiutti de Martino, ou melhor, Emilinha Borba e Marlene, são as personagens centrais de "Emilinha e Marlene - As Rainhas do Rádio", um musical que vai ao encontro do público de maneira certeira, conduzindo-o por uma viagem nostálgica por um dos momentos mais marcantes e ricos da nossa música: a Era de Ouro do Rádio.
Vanessa Gerbelli e Solange Badim são os grandes trunfos do musical
A ação é contada por duas irmãs, Bia (Ângela Rebello) e Gegê (Rose Doaut). A primeira é fã de Emilinha, e a segunda, de Marlene. E dá-lhe discussão entre as duas para defender seu ídolo e apontar quem é "a maior". Ângela Rebello e Rose Douat conduzem muito bem seus papéis em linhas dissonantes. Mostram-se mais do que duas fãs. São duas devotas que cultuam seus ídolos assumida e deliberadamente.
A montagem abriga a ação com cuidado e beleza. A cenografia (Sergio Marimba) é muito funcional. A iluminação (Jorginho de Carvlho) marca devidamente toda ação decorrente, com dinamismo de cores e precisão. Enquanto o figurino (Rosa Magalhães) é luxo só. A direção musical (Marcelo Alonso Neves) é de extrema competência. Vale destacar a direção de movimento de Marcia Rubin. Ela cria gestos altamente característicos das personagens retratadas, que só favorecem os desempenhos dos atores e confirma tratar-se da melhor profissional do ramo no Brasil.
Além de Ângela Rebello e Rose Doaut completam o elenco de coadjuvantes Stella Maria Rodrigues, Cristiano Gualda, Luiz Nicolau, Ettore Zuim, Cilene Guedes, Mona Vilardo e Cédria Gottesmann, que se desdobram em papéis. Cilene Guedes e Luiz Nicolau destacam-se pela presença e caracterização, como Bibi Ferreira e Cauby Peixoto. Eles estão ótimos.
Mas as protagonistas Vanessa Gerbelli e Solange Badim, como Emilinha Borba e Marlene, respectivamente, são os grandes trunfos do musical. As atrizes estão brilhantíssimas. Vanessa arrebata pela delicadeza; enquanto Solange, pela força. São duas criações altamente distintas, porém, igualmente ricas. Sem elas, talvez, "Emilinha e Marlene - As Rainhas do Rádio" não fosse um musical tão envolente.


P.s.: Dedico este texto a Ebert de Souza, um jovem de apenas dezoito anos, morador da Zona Oeste do Rio, que ouve Emilinha, Marlene, Cauby Peixoto, Ângela Maria, Dalva de Oliveira, Francisco Alves, Orlando Silva, alicerces da MPB; e ainda é apaixonado por chorinho. Nem tudo está perdido.
(Reinaldo Lace, em 28/11/2011)
Local: Teatro Maison de France (Avenida Presidente Antonio Carlos, 58, Centro. Tel.: 2544-2533)
Dias e horários: Qui. e sex., às 19h30min. Sáb., às 20h30min. Dom., às 18h30min.
Ingresso: R$ 60,00 (inteira), R$ 30,00 (meia), às qui. e sex. R$ 80,00 (inteira), R$ 40, 00 (meia), sáb. e dom.
Até: 11/03/2012

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