" SIMPLESMENTE EU. CLARICE LISPECTOR": Como pesquisadora, autora, diretora e atriz, Beth Goulart, simplesmente ela, brilhou nessas diferentes funções e realizou o melhor espetáculo teatral de 2009. Iluminada, Beth dá vida a Clarice Lispector, escritora nascida na Ucrânia, porém, radicada no Brasil, com intensidade e calor. Brilhante? Esplêndido? Magnífico? Arrebatador? Marcante? Inesquecível? Não há adjetivo que classifique à altura a beleza e a grandeza desse espetáculo. Obrigatório!
" IN ON IT" : No palco do OI futuro do Flamengo, o Rio foi presenteado com a interessante montagem do diretor Enrique Diaz para o complexo texto do dramaturgo canadense Daniel Macivor. A cidade viu-se diante de um dos espetáculos mais instigantes da cena teatral carioca na última década. Com uma encenação extremamante simples, mas brilhante; sua força estava nas atuações de grande categoria dos seus dois atores, Emílio de Mello e Fernando Eiras, e no instigante e profundo jogo cênico, que envolvia e fascinava o espectador, levando-o a uma viagem intelectual das mais intensas, renovadoras e gratificantes para a alma e a mente humanas. Imperdível!
" VIVER SEM TEMPOS MORTOS" : Fernanda Montenegro completou 80 anos de idade em 2009, mas foi ela quem nos presenteou com um projeto generoso e nos acolheu diante de si para nos levar a uma experiência teatral profunda e perturbadora. Afinal, era Fernanda Montenegro assumindo o papel de Simone de Beauvoir. Quer mais?
"O ZOOLÓGICO DE VIDRO" : Considerada a peça mais autobiográfica de Tennessee Williams, o maior dramaturgo surgido no mundo no século XX; a montagem sob direção de Ulysses Cruz foi, merecidamente, sucesso de público e crítica tanto em São Paulo, onde fez sua estreia nacional, quanto no Rio de Janeiro. Cássia Kiss, perfeita, como Amanda Wingfield, a mãe dominadora e manipuladora da peça.
" A MÁQUINA DE ABRAÇAR": Malu Galli, em sua estreia como diretora teatral, proporcionou ao público carioca um espetáculo belo e comovente sobre o universo particular dos autistas. Marina Vianna e a ótima Mariana Lima em interpretações brilhantes.
"GLORIOSA": Marília Pêra aprendeu a cantar errado para viver nos palcos a trajetória da excêntrica Florence Foster, a pior cantora de ópera de todos os tempos, em mais um musical com o selo de qualidade da dupla Charles Moeller e Cláudio Botelho. Quanto à atuação de Marília Pêra, ela é só uma das melhores atrizes do mundo.
"O DESPERTAR DA PRIMAVARA": O musical de Duncan Sheik e Steven Sater a partir da peça de Frank Wedekind tem várias questões ligadas à juventude, como sexo e drogas, para falar de um determinado tempo, uma determinada época. Ganhou versão brasileira caprichadíssima de Chareles Moller e Cláudio Botelho. Rodrigo Pandolfo, comovente, como o depressivo e mórbido Moritz.
"UM NAVIO NO ESPAÇO OU ANA CRISTINA CESAR": Com texto de Maria Helena Kühner, direção de Paulo José e boas atuações de Paulo José e Ana Kutner, a peça sobre a vida e a obra da poetisa carioca Ana Cristina Cesar, que por vontade própria decidiu não mais viver aos 33 anos de idade, é um espetáculo marcado pelo encontro perfeito entre texto e encenação.
"AS MENINAS": De Maitê Proença e Luiz Carlos Góes, a peça tem como pano de fundo a morte para falar de vida. Texto recheado de humor, graça e leveza. Parabéns a Maitê Proença e Luiz Carlos Góes, os autores. E também às "meninas" maravilhosas: Vanessa Gerbelli ( ou Laryssa Bracher ), Analu Prestes, Clarisse Derzié-Luz, Patrícia Pinho e Sara Antunes. Dos espetáculos teatrais mais agardáveis que a cidade do Rio de Janeiro viu no ano passado.
"ESTRANHO CASAL": O bom texto de Neil Simon encontrou em Gilberto Braga sua perfeita tradução. Comédia leve e divertida. Carmo Della Vechia e Edson Fiesh, os protagonistas, em bons desempenhos.
Os melhores
Melhor peça: " SIMPLESMENTE EU. CARICE LISPECTOR" ( Beth Goulart )
Melhgor texto adaptado: " SIMPLESMENTE EU. CARICE LISPECTOR" ( Beth Goulart )
Melhor texto original: " AS MENINAS" ( Maitê Proença e Luiz Carlos Góes)
MELHOR DIREÇÃO: Enrique Diaz ( In on it )
MELHOR ATOR: Emílio de Mello ( In on it )
MELHOR ATRIZ: Beth Goulart ( Simplesmente eu. Clarice Lispectror )
MELHOR ATOR COADJUVANTE: Marcos Ácher ( Estranho casal )
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Deu empate: Bel Garcia e Susana Ribeiro ( Estranho casal )
REVELAÇÃO MASCULINA: Pierre Baitelli ( O despertar da Primavera )
REVELAÇÃO FEMININA: Deu empate: Patrícia Pinho e Sara Antunes ( As meninas )
MELHOR CENÁRIO: SIMPLESMENTE EU. CLARICE LISPECTOR (Ronald Teixeira)
MELHOR FIGURINO: SIMPLESMENTE EU. CLARICE LISPECTOR (Beth Filipecki)
MELHOR ILUMINAÇÃO: SIMPLESMENTE EU. CLARICE LISPECTOR (Maneco Quinderé)
MELHOR TRILHA SONORA: O DESPERTAR DA PRIMAVERA (Cláudio Botelho)
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